domingo, 21 de agosto de 2016

A Jornada com os remédios II


Parte I

O surto foi psicótico com ideação suicida e uma bagunça enorme; mistura de estado emocional negativo, rivotril e álcool. Ainda não consigo relatar com detalhes o surto, apenas três amigos sabem com detalhes a historia completa.

Após o surto, fui internado, depois de um dia quando já estava voltando à realidade, me dei conta de onde estava; olhando a situação ao redor, pessoas em estados mentais piores que eu, fiquei com medo de ter que ficar internado por pelo menos dez dias. Sorte que meu pai confia muito em mim, pedi para sair dali já no primeiro dia e aceitou, não imagino como seriam os dez dias que teria que passar lá.

Saindo da internação troquei de psiquiatra, relatando o caso para o novo psiquiatra, ficou claro para mim e para ele que eu tinha transtorno bipolar. Foi me receitado o lítio.

O lítio nos primeiros dias dá uma sensação estranha, da uma embaçada na vista na hora de ler, como que se misturassem as letras e após quarenta  minutos depois de tomado é perceptível à sensação que ele esta fazendo efeito, dá um certo baque na cabeça, já com o passar do tempo esses dois sintomas sumiram. Comecei a sentir os efeitos positivos depois de duas semanas e gradativamente foi melhorando meu estado de humor por quase dois meses.  Quando o humor estava estabilizado começaram outros efeitos colaterais do lítio, saíram espinhas no rosto e nas costas, que foram curadas com uma pomada especifica.  O lítio também deixa a urina bem fedida e causa certo bafo às vezes, mas da forma como estabilizou o humor os efeitos colaterais apesar de parecerem enormes são facilmente controláveis.

Depois de estabilizado com o lítio, restava ainda uma hipomania leve, mas constante e ai entrou a olanzapina. A olanzapina foi ótima já desde o principio, era tomar o comprimido, contar quarenta minutos e dormir, estabilizou como nunca meu sono, comecei a dormir na hora certa coisa que nunca fiz, sempre tive insônia, e o reflexo de uma noite bem dormida no humor é enorme. Além da qualidade do sono a olanzapina zerou aquela hipomania que persistia, hoje estou com o humor controlado como nunca tive.

O único efeito colateral da olamzapina foi que criou umas placas na cabeça, como uma caspa gigante, que também através de um shampoo específico desapareceram rápido.


Assim termina a jornada com os remédios até o dia de hoje.