sábado, 26 de março de 2016

Pretérito Imperfeito – II (Impulsividade e autoestima altas)


Ah, meus vinte anos! (Quando ainda não tivera depressão)

Com o passar do tempo acabamos aprendemos (moldando-nos), às vezes forçados, às vezes sem nós darmos conta e às vezes por vontade própria,  abdicamos de muitos comportamentos, adaptamos alguns e aprendemos novos comportamentos, e o ciclo natural da nossa evolução, isso em alguém são. Mas, quando entra a depressão, a vontade própria é anulada e você começa a ver o mundo através de uma lente, talvez não de uma lente que torne o mundo acinzentado, mas, como se tirassem os óculos de um míope ou os pusesse em alguém que não os precisasse usar, você acaba não vendo o mundo a sua volta, toma decisões encima de algo que não enxerga na totalidade; e com o passar do tempo, vocês esquece como era o mundo e passa a achar normal o mundo disforme e desfocado atual.

Ahhh! Como eu queria ter ¼ da impulsividade e da autoestima que tinha aos vinte anos!

Certa noite, eu e um amigo (dos dois que tenho), fomos a uma casa alternativa em SP, no Matrix, olhei agora na net e vi que ainda funciona, na época era bem o começo do bar. Sempre gostei de gurias diferentes, nunca me senti atraído pelas que tem o padrão "Barbie" de beleza, mas as com piercing, tatuagem, cabelos coloridos, que tomassem todo tipo de droga essas me atraiam, e lá era um bom lugar para encontra-las.

Quando álcool, hipomania e som alto se juntam, chego bem perto do limite; passamos a noite bebendo e conversando ora com uma ora já com outra, meio agitado, um tanto desinibido, nada que chamasse a atenção no lugar, afinal, eu era um dos mais certinhos...

Já tarde da noite, a casa havia esvaziado e nós continuávamos bebendo no balcão, daí espiei a pista e vi uma guria dançando e uns seis caras dançando em volta dela e a guria nem ai pra eles, achei a cena engraçada, em seguida, virei o pouco que restava da cerveja e disse ao meu amigo que iria lá; desci da banqueta alta e caminhei tranquilamente até o centro da pista, chegando lá, pedi licença para um dos estavam em volta da guria, que de pronto perguntou-me o que eu queria, não lhe dei atenção, só lhe disse que eu estava com ela, nesse momento ela me olhou e eu lhe grudei um beijo, pronto, a pista esvaziou-se, ficamos um tempo mais ali e fomos para o bar.

No outro dia, meu amigo me contando que ele e o barman assistiram a cena toda, fazendo apostas, no principio pensaram que ia dar confusão, depois que eu não conseguiria, por fim meu amigo disse ganho uma cerveja do barman.


PS. Poderia ter dado muita merda, por isso que hoje me contentaria apenas com  ¼ .

2 comentários:

  1. Vim para agradecer a visita e o seu comentário. Já estou seguindo seu blog e em breve virei ler os outros posts com mais calma.

    Interessante a sua história. Essa é uma coisa que eu nunca fiz. Na verdade nunca cheguei nem no OI com uma estranha.

    Mas voltando a você, se um dia já foi assim pode ser que esse seu lado não tenha se perdido. Talvez esteja adormecido pelo o que te acontece hoje mas será que tentar despertar a parte boa da impulsividade e autoestima não te ajude a enfrentar os seus problemas? Tenho certeza que não é fácil e nem um botão on/off mas às vezes precisamos tentar né?

    Volto em breve!

    abs

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  2. E ai, Desabafo!

    Estou me esforçando para melhorar minha autoestima, mas foram anos em depressão, ai cria-se hábitos, você se acha menos que todos... Agora leva um tempo para reverter, consegui sair da depressão, isso é o primeiro passo, agora é batalhar para se sentir "normal"...

    Abração

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