sexta-feira, 22 de abril de 2016

A jornada com os remédios I


Era uma vez, um cara com uma depressão muito forte, depressão essa, que fazia ele sentir-se inferior aos outros; um dia almoçando em um restaurante, ele olhava as pessoas e percebia como elas eram bem sucedidas e felizes, e como ele era fracassado. Ele também estava muito ansioso, sua cabeça não descansava um minuto sequer, chegando ao ponto de ter princípios de pânico. Para terminar, ele também tinha algumas psicoses, relacionadas ao antigo relacionamento e a religião.

Mas ele também tinha virtudes, mesmo não sabendo, em meio a essa terrível depressão, ele tomou a difícil decisão de parar de fumar; foi quando a pneumologista, percebendo que ele estava um pouco deprimido, por mais que ele disfarça-se bem todo o caos que estava sua mente, lhe receitou a bupropiona, que lhe ajudaria a parar de fumar e ajudaria a sanar a depressão. Tomou a bupropiona da forma indicada e no final da segunda semana parou de vez com o cigarro, atitude corajosa, a ansiedade chegou ao estremo suportado, pela falta do cigarro e devido à bupropiona, que causa certa ansiedade no começo do tratamento para só depois agir como ansiolítico, foram dias terríveis, difíceis de descrever, a ansiedade estava presente durante todo o dia, e os problemas ficavam dando voltas e só os pensamento negativos tinham vez, qualquer bater de assas de uma borboleta já era motivo para irritação, pela noite, ia dormir a meia noite com a cabeça a mil e às quatro da manhã já acordar com a cabeça aceleradíssima, pensando nos piores cenários possíveis. Passando o tempo, lá pela quarta semana, a vontade de fumar estava sobre controle, apesar de ainda existir e a bupropiona começou a surtir efeitos positivos; a ansiedade que sempre o acompanhou estava desaparecendo ao ponto dele ficar maravilhado de estar parado no transito e nada da ansiedade o importunar. Foi necessário mais um mês para a depressão começar a diminuir, era possível notar a remissão em coisas simples; tarefas de casa, pensamentos positivos, até o tão falado dia cinzento passou a ensolarado, a depressão levou cerca de três meses para abandona-lo.


Estava tudo maravilhoso, até que um dia ele surtou...  

Parte II

2 comentários:

  1. Por alguma razão, desde o início, já esperava o dia do surto. Já tava pensando que estava "bom demais pra ser verdade" mesmo depois dessa dificuldade toda pra lidar com o cigarro e a depressão. Parece que é difícil pra todo mundo (ou quase todo mundo) ficar sossegado nessa vida por muito tempo.

    Essa jornada com esses remédios, pelo que já vi, tem grande chances de ser péssima.

    Até mais, Exceter.

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  2. Gostei da sua frase Skull, "...ficar sossegado nessa vida por muito tempo"

    Abraço

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