terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Instinto de agressão frente à injustiça

Pensando sobre uma injustiça que sofri no passado (processo civil), uma serie de mentiras que causaram certo dano, percebi que imediatamente fui tomado por um sentimento de vingança. Para as mentiras, haviam provas físicas que as desmascarariam facilmente mas eu queria mais, queria atacar o "oponente", lhe causar mais dano do que ele foi capaz de me causar com suas mentiras. Não bastava expô-lo como mentiroso, era necessário deixar evidentes suas fraquezas e trazer a luz seus comportamentos obscuros.

Imediatamente após ter ciência das falsas acusações comecei a reunir provas físicas, vasculhando arquivos de anos passados num frenesi onde não sentia fome nem sono. Junto à coleta de provas que desmascarassem as mentiras colhia informações com o intuito de expor as fraquezas do "adversário" e criava diálogos imaginários de como seriam as situações na hora em que estivéssemos frente a frente.

O tempo entre o conhecimento do processo, a defesa e o julgamento foi de aproximadamente seis meses. Durante esse tempo, essas atitudes de ficar imaginado situações futuras e sentindo-se impotente perante as falsas acusações foram aumentando, ocupando a totalidade dos dias e consequentemente desencadearam sintomas depressivos e ansiosos que me dá calafrios, agora enquanto escrevo.

Durante esse tempo, não consegui trabalhar direito, saia de casa pensando em fazer somente o necessário, o mais rápido possível e voltar pra casa. Em casa era consumido pela ansiedade e pela depressão; TOC, ansiedade generalizada, alguns apertos no peito e coração acelerado que lembrava a síndrome do pânico, ataques de choro, irritabilidade ao extremo, leves sintomas psicóticos, sentimento de inferioridade, falta de apetite, dormia no máximo 4 horas por noite e já acordava acelerado pensando em situações futuras... Isso foi o Inferno na Terra!

Hoje, me encontro em similar situação (processo civil), processo esse baseado em inverdades, como o anterior. A vontade de contra-atacar e tomar as mesmas atitudes da situação anterior é automática, mas lembro-me também do sofrimento que passei. Quero quebrar esse ciclo!

Decidi que só me defenderei no ponto principal do processo e ignorarei as partes onde sou acusado de atitudes que seriam facilmente atribuídas ao acusador. Posso aguentar quieto certas injurias que ficarão só ali, não interferirão no resultado final e foram postas com o intuito único de machucar. Não levo mais a sério quando me chamam de bobo e feio :) Mas os pensamentos automático de revide estão sempre a espreita, tenho que tomar muito cuidado para não ceder. 

De um tempo para cá, sempre tenho em mente: Em que isso interferirá na minha vida? Isso depende só de mim ou de mais alguém? Cortar o ciclo de pensamentos no futuro, quando chegar a hora, resolvo. Encarar a vergonha, afinal todos cometemos deslizes.

Um comentário:

  1. Tenho passado por algo parecido, embora não seja um processo civil.

    Ultimamente, estou tentando me defender de injustiças que me prejudicam já elaborando o ataque para prejudicar quem me prejudicou. Eu penso na minha defesa, mas não vou deixar barato, também penso no ataque. Faço isto antecipadamente, como todos os ansiosos. É a sede de vingança. Não acho uma péssima ideia prejudicar quem tentou me prejudicar quando eu estava quieto. "Bateu, levou".

    Mas esta coisa de ficar remoendo a injustiça e elaborar ataques, começou a me fazer mal. Então, agora eu vou só tentar não ligar muito para isto. Talvez, a vida dê uma lição nos injustos.

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    Eu tinha escrito um comentário bem melhor que este pelo celular, mas apertei um botão errado e perdi tudo que tinha escrito. Então, vim pro computador e escrevi este lixo aí de cima.

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