No dia em
que o médico me diagnosticou com TAB, eu já tinha certeza que era bipolar.
Depois de um episódio de mania que não terminou bem, ficou evidente o
diagnostico. Credito o diagnostico ao fato do episódio maníaco com surto
psicótico ter um desfecho que incluiu entre outras coisas, delegacia e
internação. Caso esse episódio terminasse sem maiores complicações e
estardalhaços, como ocorreu em casos passados e hoje sou capaz de ver, acredito
que não teria consciência de ser bipolar, continuaria pensando ter apenas depressão
e um temperamento forte.
Dado o
diagnostico e algumas explicações, o médico parou de falar por um instante e eu
lhe disse:
- Estou
feliz em saber o diagnostico!
Um olhar do
médico e continuei:
- Hoje olho
para o passado e sei exatamente que em certas situações, eu estava em hipomania
ou mania e tive sorte que só agora, nesse último episódio ter tido
consequências negativas, sendo que, nos episódios anteriores corri sério
risco de morte.
Terminou por
ai a conversa, já estava no final da consulta.
Já em casa
parei para pensar, por que fiquei feliz com o diagnostico?
Sem saber
que eu era bipolar, só me restava agir em função dos meus humores, para mim
minhas reações pareciam normais; meus atos impulsivos tinham sentido, os outros
que eram lentos, viviam me provocando e se eu tinha razão, por que ficavam
bravos ao invés de aceitarem? Poxa, eu era o cara :)
Recebendo o
diagnostico e ficando feliz, eu estava dizendo a mim mesmo que agora eu seria
capaz de mudar alguma coisa, tomar o controle sobre algo que eu nunca tive. Em
nenhum momento fique angustiado ou perturbado com o fato de ser uma doença sem
cura e que necessita tratamento pelo resto da vida. Agora eu sei como funciono
e fico feliz com isso.
Hipótese: Se
eu tivesse recebido o diagnostico com tristeza ou não o aceitasse, duas
coisas; eu estaria em uma fase depressiva, onde não veria solução para a doença ou não
enxergaria episódios graves de mania no passado, que me preocupassem.
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